Boa tarde caros internautas, hoje temos um texto do projeto Escrevendo com o PET. Espero que gostem.
Texto da petiana Amanda sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho.
Inserção da mulher no mercado de trabalho em um Brasil globalizado
Discorrer
sobre a mulher, sua atuação na sociedade e seu espaço no mercado de trabalho,
pode ser considerado por alguns um tema já desgastado e muito discutido, no
entanto, é um tema que precisa ainda de muita atenção e discussão a respeito. Por
muitos anos perdurou na história da humanidade, devido a uma construção social
que a mulher é dominada pelo homem, contudo, por não mais se calarem vários
direitos e igualdades vêm sendo conquistados e ainda há muito o que percorrer.
Capaz
de executar diversas tarefas ao mesmo tempo, tem subido vários degraus para
vencer o preconceito e ocupar o espaço que antes era dominado pelo homem. Dita
como fraca e incapaz, as mulheres mostraram que podem exercer papéis de
liderança e, mesmo com a rotina que muitas têm de cuidar da casa e dos filhos,
elas são muito capazes de estarem no mesmo nível que os homens no mercado de
trabalho, hoje com vários direitos assegurados.
Apesar
de todas as vitórias já conquistadas as desigualdades continuam, mulheres que
recebem salário menor que os homens, ocupando cargos desvalorizados, e além do
mais são consideradas trabalhadoras mais caras e menos produtivas devido à
maternidade, pois o mercado de trabalho sempre as vê com um risco de gravidez,
o que consequentemente também provoca uma diminuição
do número de filhos por mulher e/ou engravidam cada vez mais tarde, de acordo
com pesquisas do Ministério da Saúde.
Uma
declaração feita em Agosto de 2016, pelo ministro da Saúde Ricardo Barros, a
respeito da estatística de homens que cuidam menos da saúde, devido a trabalhar
mais que as mulheres, se pronuncia dizendo "Eu acredito que é uma questão de hábito. Os homens
trabalham mais, são os provedores da maioria das famílias e não acham
tempo para a saúde preventiva. Isso precisa ser modificado. Nós queremos
capturá-los para fazer os exames e cuidar da saúde. A meta destes guias é fazer
que nossos servidores orientem os homens, que normalmente estão fora [de
casa], trabalhando". No entanto, de acordo com a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílio (PNAD), realizada em 2014, considerando apenas a jornada de
trabalho doméstica das mulheres tem-se que é o dobro da jornada de trabalho dos
homens realizada semanalmente. Levando em consideração a jornada de trabalho
completa de ambas as partes, a das mulheres superam em aproximadamente 5 horas.
Uma boa notícia, em 2004 era um
total de 12,5 milhões de mulheres com carteira assinada, em 2014 esse número
chegou a 21,4 milhões, 43,25% do total, dados fornecidos pela Relação Anual de
Informações Sociais (RAIS). Percebe-se que a situação da mulher no mercado de
trabalho cresce, porém com um abismo de desigualdade ainda muito grande.
Conforme diz a analista
Rosane da Silva, "o crescimento da presença da mulher no mercado de
trabalho foi determinante para sua autonomia econômica. Porém, é necessário haver
políticas de Estado que estimulem a permanência no mercado de trabalho e que
permitam avanços em setores mais qualificados, considerados não femininos".
Portanto, há uma necessidade de adotar políticas, que estimulem essa
participação e crescimento da mulher no mercado de trabalho.
Há ainda que se considerar
que as mulheres são maioria nas escolas, universidades e em cursos de
qualificação, superando os homens. Mesmo assim, maior escolaridade e
qualificação não é sinônimo de salário igual e mesmas condições no mercado de
trabalho, ainda não há uma valorização.
Uma exemplificação dessa
dificuldade de igualdade da mulher no mercado de trabalho é uma mulher que
estuda, se especializa, faz um MBA (Mestre em Administração de Negócios), se
torna diretora de uma grande empresa, porém ganha em média 34% a menos que um
colega do gênero masculino ocupando o mesmo cargo.
Concluo que o que as mulheres almejam é viver
em uma sociedade igualitária em todos os aspectos, onde questões como por exemplo
filhos e capacidade física não as rotulem como inferiores aos homens. As
mulheres não buscam construir uma sociedade para elas, “considerada mais doce e
mais afetiva do que uma sociedade dos homens, julgada mais conquistadora e mais
voluntariosa” (TOURAINE, 2007, p.117), mas buscam firmar uma sociedade
igualitária, justa e harmônica.